Nem todo local de trabalho possui uma guilhotina. No laboratório de preservação de livros abaixo do primeiro andar do Metropolitan Museum of Art, a guilhotina do escritório pode ser um bebedouro ou Um arquivo para tudo o que incomoda os funcionários. “Temos muitos equipamentos violentos”, disse Mendel Dubansky, que dirige o Centro Sherman Fairchild para Conservação de Livros.
Máquinas assustadoras fazem parte do cotidiano do laboratório, que funciona como um hospital onde livros doentes de cada seção do museu são restaurados à saúde. Os seis funcionários do laboratório processam 2.500 livros por ano.
Esses livros chegam diariamente e são avaliados para tratamento pela equipe de preservação. Tal como acontece com qualquer coisa feita de materiais orgânicos, os livros se decompõem com o tempo. As ligações quebram, as páginas rasgam e esfarelam e os adesivos param de grudar. O processo de decomposição pode ser acelerado por pragas, mofo, umidade, calor, frio e simples uso antigo, entre inúmeros outros fatores. Alguns livros são raros e valiosos. Outros são comuns – por exemplo, um livro de pinturas europeias caiu no chão e quebrou a lombada.
“Ao contrário do resto das obras de arte deste edifício, nosso trabalho é feito”, disse Dubansky. “Temos que interferir o mínimo possível, mantendo a funcionalidade do livro – e fazendo parecer que nunca estivemos lá.”
Embora o Museu Metropolitano conserve livros internamente há quase um século, ele só abriu suas portas em 2011, com as instalações atuais projetadas em estreita colaboração com a equipe de conservação. Com suas ferramentas antigas, toques modernos e sessões interessantes com pacientes, o laboratório reformado exala o charme de um cientista maluco.
“Para quem gosta de livros, entrar no laboratório é como ser atingido pela flecha do Cupido”, disse Dubansky. “As pessoas passam por aquela porta com expressões de espanto e querem dedicar a vida inteira para garantir que os livros estejam bem.”
Dubansky dá conselhos para leitores que desejam manter seus próprios livros – raros ou não – em excelentes condições. Luz, poeira e flutuações extremas de temperatura devem ser evitadas. (“Bases e sótãos não são seus amigos.”) Não permita que os livros se inclinem como a Torre de Pisa. Em vez disso, armazene-os no modo retrato ou paisagem. Considere colocar uma capa protetora contra poeira de mylar em livros que requerem proteção especial. Por mais gratificante que seja “abrir” um livro, não o abra a menos que pretenda causar uma lesão na coluna.
É claro que os livros são para leitura, não apenas para reverência. Quando se trata de marcadores, Dubansky recomendou ficar longe de notas e clipes de papel, pois ambos comprometem a integridade da página subjacente. Marcadores de couro, embora elegantes e sedutores, são ácidos demais para a tarefa. Quando questionado sobre a prática de beijar cães, Dubanski ergueu as sobrancelhas: “Fale sobre abuso flagrante!”
O marcador mais seguro é o mais fácil: um pedaço fino de papel velho e comum.
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