Os comentários de Macron surgiram no momento em que o Kremlin alertava para um conflito caso o Ocidente interviesse na Ucrânia.
A Alemanha, a Polónia e a NATO descartaram o envio de tropas terrestres para a Ucrânia, com o Kremlin a alertar que tal medida representaria uma grande escalada e levaria a um conflito directo entre a Rússia e a aliança de segurança ocidental.
Os relatórios de terça-feira surgiram um dia depois de o presidente francês, Emmanuel Macron, ter levantado a possibilidade, após uma reunião de líderes europeus, sobre o aumento do apoio à Ucrânia na sua luta contra a Rússia.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que os participantes numa conferência em Paris discutiram o assunto, mas concordaram que “as tropas terrestres enviadas para lá por estados europeus ou países da NATO não são soldados em solo ucraniano”.
Scholz disse que há um consenso de que “os próprios soldados que operam em nossos países não participam ativamente da guerra”.
O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, e o primeiro-ministro checo, Petr Fiala – dois dos mais fortes apoiantes de Kiev – disseram, entretanto, que também não estavam a considerar enviar tropas.
O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, disse à agência de notícias Associated Press que, embora os membros da aliança tenham fornecido “apoio sem precedentes” à Ucrânia, “não há plano para tropas de combate da OTAN na Ucrânia”.
A ideia de enviar tropas é um tabu, especialmente porque a NATO procura evitar ser arrastada para uma guerra mais ampla com uma Rússia com armas nucleares. Nada impede os membros da NATO de aderirem a esse esforço, quer individualmente quer em grupos, mas a organização só estará envolvida se todos os 31 membros concordarem.
Entretanto, o Kremlin alertou que um conflito directo entre a NATO e a Rússia seria inevitável.
“Discutir a possibilidade de enviar algumas equipes de países da OTAN para a Ucrânia é um novo aspecto muito importante”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos repórteres.
Peskov disse que isso “absolutamente não era do interesse” dos membros europeus da OTAN. “Então não devemos falar de probabilidade, mas de inevitabilidade [of direct conflict].”
Com Macron cada vez mais isolado, o seu governo tem procurado clarificar os seus pontos de vista.
O ministro das Relações Exteriores da França, Stéphane Sejourne, disse na terça-feira que o presidente estava considerando enviar tropas para missões específicas, como ajudar na desminagem, produção de armas no local e segurança cibernética.
“[This] Um pode ser necessário [military] Estar em território ucraniano, sem ultrapassar o limiar do conflito”, disse Sejourne aos legisladores franceses.
“Não estamos a enviar tropas para travar uma guerra contra a Rússia”, disse o ministro.
A conferência em Paris ocorre depois de a França, a Alemanha e o Reino Unido terem assinado acordos de segurança bilaterais de 10 anos com a Ucrânia, numa tentativa de aumentar o apoio ocidental.
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