Embora ainda seja primavera no Hemisfério Sul, as temperaturas subiram acima do normal mesmo no verão, que já dura mais de um mês.
Uma área estagnada de alta pressão, o El Niño e as alterações climáticas causadas pelo homem combinaram-se para criar este excesso de calor.
O Rio tem visto calor e umidade sufocantes há dias. Na sexta-feira, quando a mulher morreu no show, as temperaturas da tarde chegaram a 100 graus e os pontos de orvalho, uma medida de umidade, estavam na casa dos 70 graus. Qualquer ponto de orvalho acima de 75 graus é opressivamente úmido.
No ponto de orvalho de 77, existem 23 gramas de água, ou cerca de 1,55 colher de chá, em cada metro cúbico de atmosfera. Pesa aproximadamente nove pesos.
O índice de calor de sexta-feira – uma medida de como é a sensação considerando a umidade – ultrapassou 120 graus. Historiador do clima Maximiliano Herrera Tweetado O índice de calor atingiu 137 graus na periferia do Rio no sábado.
Quanto maior o índice de calor, menos suor evapora do nosso corpo. Isso ocorre porque o ar já está próximo da sua capacidade de armazenamento de umidade. Com índices de calor mais elevados, menos calor evapora da nossa pele, resfriando-nos como resultado. Isso causa dificuldade em regular a temperatura corporal. Se não for tratada, pode ocorrer exaustão pelo calor e insolação.
As temperaturas de sábado no Rio subiram perigosamente e bateram recordes. O aeroporto carioca de Jacarepaguá-Roberto Marinho registrou um índice de calor de 131 graus na manhã de sábado, com temperaturas próximas de 97 graus e ponto de orvalho de 86. A maioria dos outros aeroportos da cidade registrou altas temperaturas de 105 a 107 graus.
Segundo Herrera, a cidade de Ceropetica, um subúrbio a 40 quilômetros a oeste-noroeste do Rio e 24 quilômetros para o interior, atingiu 108,7 graus, um recorde em novembro.
As altas temperaturas também se espalharam para o Peru e a Bolívia. No sábado, máximas de 102,6 graus em Dingo de Bonaza, Peru, e 102,2 graus em Cobiza, Bolívia, estabeleceram recordes de novembro. De acordo com Herrera.
Há uma semana o calor chegou primeiro ao Brasil. O BBC relatou Quase 3.000 vilas e cidades estão em alerta vermelho devido ao calor “insuportável”. No dia 12 de novembro, o Rio atingiu 108,5 graus, recorde para o mês.
A intensidade do calor deverá diminuir um pouco depois de domingo, mas as temperaturas no centro da América do Sul deverão permanecer mais quentes do que o normal na próxima semana.
O que cria calor?
Um sistema superficial de alta pressão girando no sentido horário ao longo da costa do Brasil contribui para o aquecimento. Isso alimentou ventos quentes e úmidos do nordeste, gerando o mesmo tipo de características de umidade da floresta amazônica. Uma “cúpula térmica” ou crista de ar quente que desce em grandes altitudes. Ao mesmo tempo que desvia a corrente de jato e qualquer clima inclemente e cobertura de nuvens, incentiva a luz solar mais quente.
O El Nino, um sistema climático associado à água do mar mais quente do que o normal no Oceano Pacífico tropical, está a aquecer.
Além disso, a frequência, a intensidade e a duração destes fenómenos de calor extremo estão a aumentar devido às alterações climáticas induzidas pelo homem. O planeta viu o período de 12 meses mais quente já registrado nos últimos cinco meses.
Segundo as Nações Unidas, o Brasil Aqueceu 0,9 graus Nas últimas décadas. Espera-se que as mudanças no uso da terra, incluindo o desmatamento da Amazônia, acelerem o ritmo do aquecimento.
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