Sua persona no ar de maior sucesso na Fox desde a saída de Bill O’Reilly é uma mistura volátil da crosta superior da Terra e do sal. A brancura foi a cola que manteve o pacote unido e, mesmo quando Carlson tenta resolver algumas contradições inerentes a este texto, podemos vê-lo surgindo sem problemas.
O que está em jogo não é a vida ou a segurança do anônimo “garoto antifa”, mas a própria percepção de Carlson sobre si mesmo. “Não é bom para mim”, ele pensa. Essa frase, um eco sintático de “não é assim que os homens brancos lutam”, estabelece o que está em jogo, que é a virtude ética de Carlson e não sua superioridade racial. Observando os espancamentos, ele aprende o que Kipling chamou de “o fardo do homem branco” – o dever de subjugar as raças supostamente inferiores sem subir ao nível delas.
A raça do homem espancado não é mencionada no texto, mas sua alteridade – sua inferioridade em relação aos agressores e a Carlson – é repetidamente enfatizada. “O canalha Antifa é humano”, escreve ele. Não é exatamente uma onda de compaixão, já que Carlson se qualifica rapidamente. “Eu odeio o que ele diz e faz, tenho certeza que o odeio, e se eu o conhecesse pessoalmente, não deveria estar feliz com seu sofrimento. Eu deveria estar preocupado com isso.”Ele sabe.
Isso é um problema porque ele imagina que a alegria que sente no sofrimento do homem está em harmonia com o próprio homem, não com aqueles que o fazem sofrer. Se ele está feliz em ver Antifa rastejar, isso o torna pior do que Antifa rasteja. Porque esse cara reduz “as pessoas à sua política”.
Como Carlson pode ter certeza disso? Isso não é apenas um palpite? Sim, mas outra maneira é insistir para que seu lado não se comporte dessa maneira, mesmo que você prove o contrário. Reduzir as pessoas à sua política é o que o inimigo – o outro, o bárbaro, o desrespeitoso – faz. Mesmo que seja óbvio o que você está fazendo, não é isso que o coloca acima deles.
“Como eu sou melhor do que ele?” Essa pergunta não é retórica, é existencial e apresenta Carlson como herói e vítima nesta história. Para emprestar uma frase Elvis Costello, trata-se de alguém que “gosta de saber o nome de todos melhor do que ele”. Não por insegurança pessoal, mas por uma questão de política racial e ideológica. É assim que os brancos lutam.
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