(Reuters) – O governador da região de Belgorod, na Rússia, disse nesta segunda-feira que um grupo subversivo ucraniano entrou em território russo na região de Grivoron, na fronteira com a Ucrânia, e foi confrontado por forças russas.
No entanto, Hromadske da Ucrânia citou a inteligência militar da Ucrânia dizendo que dois grupos de oposição armados russos, o Corpo da Liberdade da Rússia e o Corpo de Voluntários da Rússia (RVC), ambos compostos por cidadãos russos, realizaram o ataque.
O canal de telegrama Baza, que tem links para os serviços de segurança russos, publicou imagens aéreas aparentemente mostrando um veículo blindado ucraniano avançando no posto de fronteira de Graivoron.
A agência de notícias RIA Novosti citou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, dizendo que o presidente russo, Vladimir Putin, foi informado e o trabalho está em andamento para expulsar os “sabotadores”.
O governador de Belgorod, Vyacheslav Gladkov, disse no Telegram que militares russos, guardas de fronteira, guarda presidencial e o serviço de segurança do FSB estavam envolvidos na operação. Ele disse que pelo menos seis pessoas ficaram feridas e três casas e um prédio de escritórios foram danificados.
Baza disse que há indícios de combates em três assentamentos ao longo da estrada principal para a Rússia. O canal “Open Belgorod” no Telegram disse que a eletricidade e a água foram cortadas em várias aldeias.
A Reuters não pôde verificar os relatórios e os militares ucranianos não puderam ser contatados para comentar.
Um grupo que se autodenomina Legião da Liberdade da Rússia – uma milícia russa sediada na Ucrânia liderada pela figura da oposição russa Ilya Ponomarev que diz trabalhar dentro da Rússia para derrubar Putin – disse no Twitter que “libertou completamente” a cidade fronteiriça de Kozynka. Acrescentou que as unidades avançadas alcançaram o centro do distrito mais a leste de Grayvoron.
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A recusa da Ucrânia deve-se à invasão
O grupo também divulgou um vídeo mostrando cinco combatentes fortemente armados.
Um deles disse, de frente para a câmera: “Somos russos como você. Somos gente como você. Queremos que nossos filhos cresçam em paz”. É hora de acabar com a ditadura do Kremlin.
O conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak twittou: “A Ucrânia está observando os eventos na região de Belgorod, na Rússia, com interesse e estudando a situação, mas não tem nada a ver com isso.
“Como você sabe, os tanques são vendidos em qualquer loja militar russa e os grupos guerrilheiros secretos são formados por cidadãos russos.”
Hromadsk citou o porta-voz da inteligência militar ucraniana, Andrei Yusov, dizendo que a operação criaria uma “zona de segurança” para proteger os ucranianos de ataques da Rússia.
O Kremlin disse que a incursão pretendia desviar a atenção da cidade de Bakhmut, no leste da Ucrânia, que as forças russas afirmam ter capturado totalmente após mais de nove meses de combates de atrito.
“Entendemos muito bem o propósito de tal desvio – desviar a atenção da direção de Bakhmut e reduzir o impacto político da derrota de Bakhmut no lado ucraniano”, disse Peskov.
No início de março, o FSB relatou uma incursão da Ucrânia na região russa de Bryansk.
E em vídeos que circulavam online na época, militantes pertencentes ao RVC disseram ter cruzado a fronteira para combater o que descreveram como “o regime sangrento de Putin e o Kremlin”.
O RVC foi fundado em agosto passado por Denis Kapustin, um nacionalista russo residente na Ucrânia, e anunciou em 17 de maio em seu canal Telegram que está se juntando ao Exército da Liberdade da Rússia, que também se autodenomina Legião da Liberdade da Rússia em inglês.
As Forças de Resposta Rápida lutaram em várias frentes na Ucrânia ao lado das forças ucranianas e dizem ter realizado pelo menos três incursões na região de Bryansk desde março.
Reportagem da Reuters. Edição por Kevin Levy
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