dezembro 25, 2024

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Comandantes militares brasileiros dizem que Bolsonaro apresentou um plano para cancelar as eleições de 2022

Comandantes militares brasileiros dizem que Bolsonaro apresentou um plano para cancelar as eleições de 2022

SÃO PAULO (AP) — Dois importantes comandantes militares brasileiros anunciaram à polícia que o ex-presidente Jair Bolsonaro os apresentou… Ele planejava permanecer no poder depois disso Ele perdeu as eleições de 2022, mas eles recusaram e avisaram que o prenderiam se tentasse, segundo documentos judiciais divulgados na sexta-feira.

Os depoimentos dos ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica de Bolsonaro à polícia, publicados pelo Supremo Tribunal, incluem as primeiras referências diretas ao líder de direita como um participante ativo numa conspiração para ignorar os resultados das eleições de outubro de 2022 vencidas pelo seu rival. Atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Declarações de líderes militares durante a era Bolsonaro Além de seus problemas jurídicos como promotores Procurando encontrar ligações entre o líder da extrema-direita e Motins de 8 de janeiro de 2023 Que destruiu prédios do governo na capital, Brasília, uma semana após a posse de Lula.

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, alvo frequente de Bolsonaro e chefe da investigação, autorizou a divulgação dos documentos.

Um relatório da Polícia Federal disse que o ex-chefe do Exército Marco Antonio Freire Gomez testemunhou que ele e outros altos líderes militares participaram de várias reuniões não programadas de última hora no palácio presidencial após o segundo turno das eleições “nas quais o então presidente Jair Bolsonaro ofereceu possibilidades de usar ferramentas legais… relativas ao processo eleitoral.”

Em uma reunião, Bolsonaro disse aos seus três comandantes do Exército e ao então ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira, que queria criar uma comissão “para investigar a confirmação e a legitimidade do processo eleitoral”, disse o general da Polícia Federal Freire Gomes à Polícia Federal. Acrescentou que outras ferramentas poderiam ser utilizadas, como a emissão de um decreto declarando o estado de sítio.

Freire Gomez disse ter rejeitado a ideia desde o início e disse a Bolsonaro que tal medida “poderia resultar na responsabilidade jurídica do então presidente”, segundo o documento da Polícia Federal.

O general da polícia brasileira declarou ainda que “sempre deixou claro ao então presidente que, nas circunstâncias então prevalecentes, não havia possibilidade de reverter o resultado eleitoral do ponto de vista militar”.

Ex-Comandante da Força Aérea Brig. Carlos de Almeida Baptista Jr. também disse à Polícia Federal que rejeitou as movimentações eleitorais de Bolsonaro. Ele acrescentou acreditar que a repreensão do general Freire Gomez foi fundamental para evitar que Bolsonaro tentasse reverter o resultado eleitoral.

O documento da Polícia Federal cita Baptista Junior dizendo: “Se o comandante (Freire Gomes) aceitar a possibilidade de tentativa de golpe”.

“O general. Freire Gomez disse que se tal medida fosse tentada ele teria que prender o presidente, conforme consta no documento policial.

Baptista Junior disse ainda à Polícia Federal que o almirante de frota Almir Garnier, ex-comandante da Marinha do Brasil, “disse que colocaria suas forças à disposição de Jair Bolsonaro”, segundo o documento.

Bolsonaro negou que ele e seus apoiadores tenham tentado um golpe Quando manifestantes atacaram edifícios governamentais há um ano.

“O que é golpe? São tanques nas ruas, armas e conspiração. Nada disso aconteceu no Brasil.” Durante uma manifestação no mês passado.

O advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, disse anteriormente no Twitter que nunca tinha ouvido falar de qualquer conspiração para manter o ex-presidente no cargo ou de ameaças de líderes militares de colocá-lo na prisão se ele tentasse.

“Eles são amigos de quem está no poder”, disse Wagengarten, sem citar os nomes dos ex-líderes. Sua insignificância é sua maior e melhor característica. Bajuladores. Deslumbrado com microfones, garçons e motoristas. Média.”

Bolsonaro começou a levantar questões infundadas sobre o processo de votação eletrônica no Brasil anos antes da votação, e esses esforços para semear dúvidas aceleraram no período que antecedeu a eleição que devolveu Lula ao cargo que ocupou entre 2003 e 2010.

Glycy Hoffman, líder do Partido dos Trabalhadores de Lula, disse que o que os líderes militares revelaram prova que “a vitória do presidente foi essencial para preservar a democracia” no Brasil.

“Estamos do lado certo da história”, disse Hoffman em seus canais de mídia social.

Alguns aliados de Bolsonaro no Congresso falaram em um projeto de lei para perdoar os envolvidos nos distúrbios de 8 de janeiro. Alguns deles pertencem ao seu Partido Liberal, cujo presidente Waldemar Costa Neto também conversou com a Polícia Federal. Neto alegou, segundo os documentos, que questionou o resultado eleitoral apenas porque sofreu pressão do ex-presidente.

Altos militares prestando longos depoimentos à Polícia Federal são um mau presságio para Bolsonaro.

“É um dos primeiros grandes sinais de que Bolsonaro ficará sozinho e perderá muito do apoio militar que tinha”, disse Sergio Brasa, cientista político da Fundação Getulio Vargas, com sede no Rio de Janeiro, um think tank e universidade. .

Manuel Galdino, professor de ciências políticas da Universidade de São Paulo, disse que é improvável que os depoimentos tenham um impacto significativo na opinião pública.

Bolsonaro Os legalistas não serão afetados pelas novas evidências, Enquanto muitos outros já estão convencidos de que o ex-presidente está envolvido no planeamento de um golpe.

“Não houve nenhuma nova descoberta tão significativa que mudasse o status de Bolsonaro ou o papel que ele desempenhará nas eleições municipais de outubro, por exemplo”, disse Galdino.

Bolsonaro está proibido de concorrer à presidência até 2030 devido a duas condenações por abuso de poder, mas continua ativo na política brasileira como o principal adversário de Lula, de centro-esquerda. Com a aproximação das eleições municipais deste ano, os candidatos foram divididos entre os dois líderes.

De acordo com o Código Penal Brasileiro, a tentativa de golpe é punível com no mínimo quatro anos de prisão e no máximo 12 anos. Alguns dos defensores de Bolsonaro dizem que ele nunca tentou fazê-lo e afirmam que não existem documentos assinados por ele contendo ordens que acabariam por levá-lo a mantê-lo no cargo.

Cesar Zilioto, advogado constitucionalista, disse que os depoimentos dos dois ex-comandantes militares são as peças mais importantes que ainda não determinaram o papel de Bolsonaro antes dos tumultos. Acredita-se que as suas declarações farão parte de potenciais acusações contra o ex-presidente que serão entregues ao Supremo Tribunal dentro de meses.

“São dois indivíduos que estavam num nível elevado e sugerem que ele tinha intenção, liderança potencial, um papel de coordenação e um envolvimento claro no questionamento dos resultados eleitorais”, disse Zilioto. Mas agora há alguma confirmação de uma conspiração.”

Zilioto acrescentou que embora Bolsonaro nunca tenha emitido um decreto para colocar tanques nas ruas, ele ainda enfrenta sérios riscos legais por causa de todas as outras provas contra ele.

“Se ele tivesse assinado um decreto, essa teria sido a maior prova possível da ligação de Bolsonaro com ele. Mas é muito mais do que apenas assinar uma escolha no draft ou não. “Há planejamento, trabalho preparatório e muitas evidências para analisar”, disse o advogado.