LA PAZ (Reuters) – A Bolívia disse nesta terça-feira que cortou laços diplomáticos com Israel por causa dos ataques à Faixa de Gaza, enquanto os vizinhos Colômbia e Chile chamaram de volta seus embaixadores do país do Oriente Médio para consultas.
Os três países sul-americanos condenaram os ataques israelitas a Gaza e condenaram o assassinato de cidadãos palestinianos.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Bolívia, Freddy Mamani, disse em entrevista coletiva que a Bolívia “decidiu romper relações diplomáticas com o Estado israelense em rejeição e condenação do agressivo e desproporcional ataque militar israelense que ocorre na Faixa de Gaza”.
Os três países apelaram a um cessar-fogo, com a Bolívia e o Chile a exigirem a passagem de ajuda humanitária à região e a acusarem Israel de violar o direito internacional.
O presidente colombiano, Gustavo Petro, descreveu os ataques como um “massacre do povo palestino” numa publicação na rede social X, anteriormente conhecida como Twitter.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Outros países da América Latina, como o México e o Brasil, também pediram um cessar-fogo.
“O que temos agora é a loucura do primeiro-ministro israelense que quer acabar com a Faixa de Gaza”, disse o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, na sexta-feira.
A Bolívia foi um dos primeiros países a cortar relações diplomáticas com Israel por causa da guerra em Gaza, em resposta ao ataque ocorrido em 7 de outubro no sul de Israel por militantes palestinos do Hamas, que, segundo Israel, matou 1.400 pessoas, incluindo crianças, e levou 240 pessoas reféns.
A Bolívia cortou as suas relações diplomáticas com Israel em 2009, durante a era do governo do presidente esquerdista Evo Morales, também em protesto contra as ações de Israel em Gaza.
Em 2020, o governo da presidente interina de direita Jeanine Anez restaurou as relações.
“Rejeitamos os crimes de guerra cometidos em Gaza”, disse o presidente boliviano Arce nas redes sociais na segunda-feira. “Apoiamos iniciativas internacionais para garantir a ajuda humanitária, de acordo com o direito internacional”.
As autoridades de saúde de Gaza afirmam que 8.525 pessoas, incluindo 3.542 crianças, foram mortas em ataques israelitas desde 7 de Outubro. Autoridades das Nações Unidas dizem que mais de 1,4 milhão da população civil de Gaza, de cerca de 2,3 milhões, está desabrigada.
O exército israelita acusou o Hamas, apoiado pelo Irão, que governa a estreita região costeira, de utilizar edifícios civis como cobertura para combatentes, comandantes e armas, acusações que o exército nega.
Relatório de Daniel Ramos – preparado por Muhammad para o Boletim Árabe. (Reportagem adicional de Gabriel Araujo, Lucinda Elliott, Oliver Griffin e Peter Frontini) Escrita por Brendan O’Boyle e Kylie Maddrey. Editado por Rosalba O’Brien e Stephen Coates
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