“Seu país pagará caro porque terminará como um país isolado, fraco e sancionado por muito tempo”, disse Macron a Putin, acrescentando que Macron “pediu a Vladimir Putin que não minta”.
A conversa, que a presidência francesa disse ter sido iniciada por Putin, ocorreu no momento em que autoridades ucranianas deveriam manter conversas com uma delegação russa, segundo autoridades russas e ucranianas. Mas com base nas conversas dos dois líderes, não havia indicação na quinta-feira de que uma solução diplomática pudesse estar à vista, segundo autoridades francesas.
O serviço de notícias do Kremlin citou Putin dizendo a Macron que os objetivos da “operação militar especial” – o termo que o Kremlin usou para se referir à invasão da Ucrânia pela Rússia – “seriam alcançados de qualquer maneira”.
De acordo com o comunicado, Putin disse a Macron: “As tentativas de ganhar tempo atrasando as negociações só levarão a requisitos adicionais para Kiev em nossa posição de negociação”.
Um alto funcionário francês, que falou sob condição de anonimato porque é uma prática do governo francês, disse que os comentários de Putin refletem “uma determinação de continuar a operação militar e levá-la até o fim”.
De acordo com o serviço de notícias do Kremlin, Putin também se opôs a um discurso de Macron à nação na quarta-feira, no qual condenou o “ataque brutal” de Putin à Ucrânia e disse que “Putin escolheu a guerra”.
Em seu discurso, Macron também disse que as alegações de Putin de que ele quer “desacreditar” a Ucrânia são uma “mentira” e “um insulto à história da Rússia e da Ucrânia, à memória de nossos mais velhos que lutaram lado a lado contra o nazismo”.
Respondendo diretamente aos comentários na quinta-feira, o serviço de notícias do Kremlin disse que Putin não concorda com “muitos pontos” levantados no discurso de Macron e negou que a Rússia esteja por trás dos bombardeios das principais cidades ucranianas – apesar de evidências esmagadoras em contrário.
Macron é o único líder ocidental que mantém contato público constante com Putin desde a invasão da Ucrânia, em um esforço descrito pela presidência francesa como uma tentativa de manter as portas abertas para negociações significativas. Putin e Macron também falaram na segunda e quinta-feira.
Antes da invasão, Macron liderou os esforços ocidentais para impedir a escalada da crise por meio de canais diplomáticos, viajando a Moscou no mês passado para manter Putin em contato. Desde meados de dezembro, os dois líderes falaram mais de uma dúzia de vezes, segundo a presidência francesa. Macron também teve contatos frequentes com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky – na última quinta-feira, após sua ligação com Putin.
Robin Dixon em Moscou e Claire Parker em Washington contribuíram para este relatório.
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