novembro 24, 2024

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Lula brasileiro condena invasão da Ucrânia e promove iniciativa de paz

Lula brasileiro condena invasão da Ucrânia e promove iniciativa de paz

BRASÍLIA (Reuters) – O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, denunciou nesta terça-feira a violação da Rússia da integridade territorial da Ucrânia e pediu novamente mediação para acabar com a guerra, uma iniciativa de paz criticada pelo governo ucraniano.

Lula, falando em um almoço com o presidente romeno Klaus Iohannis, disse que um grupo de países neutros deve cooperar para ajudar a mediar a paz entre a Rússia e a Ucrânia.

Seus comentários foram feitos depois que ele provocou uma tempestade entre os aliados ocidentais ao dizer no fim de semana que eles estavam prolongando a luta fornecendo armas para a Ucrânia.

Um porta-voz da Casa Branca acusou Lula de “repetir a propaganda russa e chinesa sem olhar para os fatos”. E na terça-feira, a Casa Branca disse que o “tom de Lula não era neutro”.

Em Washington, uma pessoa familiarizada com o assunto disse que as autoridades americanas deixaram claro em particular o descontentamento do governo Biden a seus colegas brasileiros sobre as críticas de Lula de armar a Ucrânia. A Casa Branca não respondeu imediatamente a uma pergunta da Reuters sobre as supostas comunicações.

O assessor de política externa de Lula, Celso Amorim, entrou na guerra de palavras, chamando as críticas dos EUA de “ridículas” e insistindo que o Brasil não compartilha da posição da Rússia.

“O Brasil defende a integridade territorial da Ucrânia”, disse Amorim à TV Globo. Mas, acrescentou, “enquanto não houver negociações, a paz perfeita para ucranianos e russos não acontecerá. Deve haver concessões”.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, visitou Lula em Brasília na segunda-feira e agradeceu por seus esforços de paz, observando que o Brasil e a Rússia trocaram opiniões sobre o conflito de um ano na Ucrânia.

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Lula se apresentou como um mediador da paz para acabar com a guerra, que começou quando a Rússia invadiu o país vizinho em fevereiro de 2022. Sua proposta, baseada na tradição de não intervenção e neutralidade do Brasil, pede um grupo de países não envolvidos na guerra incluir a Rússia e a Ucrânia nas negociações.

A Ucrânia criticou a proposta de Lula de tratar “a vítima e o agressor” da mesma forma e, na terça-feira, convidou o presidente brasileiro a visitar o país devastado pela guerra para ver pessoalmente as consequências da invasão russa.

O porta-voz do Itamaraty, Oleg Nikolenko, disse que a Ucrânia acompanha com interesse os esforços de Lula para encontrar uma solução para a guerra. Mas ele rejeitou a opinião que expressou, se não fosse pelo fim de semana, de que os países que armam Kiev estão prolongando a guerra.

A UE também rejeitou a sugestão de Lula de que a Ucrânia e a Rússia assumissem a responsabilidade pela guerra. Porta-voz dos Negócios Estrangeiros da União Europeia Peter Stano disse que toda a ajuda visa a “defesa legítima” da Ucrânia.

Lula disse que a Rússia deveria devolver as terras que ocupou no ano passado, mas deu a entender que a Ucrânia pode sacrificar a Crimeia, que as forças russas ocuparam em 2014, uma proposta rejeitada pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Zelensky exortou os líderes mundiais a adotarem seu plano de paz de 10 pontos que, juntamente com um apelo à retirada das forças russas e à cessação das hostilidades, propõe restaurar a fronteira original da Ucrânia com a Rússia.

(Reportagem de Anthony Bodel) Edição de Brad Haynes e Jonathan Otis

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Anthony Bodel

Thomson Reuters

Anthony cobre a política brasileira desde 2012, a apertada eleição de 2022 do presidente de esquerda Lula, quatro anos depois do presidente de direita Jair Bolsonaro, e as convulsões enfrentadas pela democracia brasileira. Ele reportou do Chile sob o general Pinochet e de Havana sob Fidel Castro. Ele também cobriu assuntos dos EUA e da América Latina em Washington 1995-2002. Anthony tem mestrado em Política pela Universidade de Essex. Contacto: 1110 98204 61 55

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